Fernando ao Conselho: "a RCC e as Novas Comunidades fazem parte da corrente de graça"

Após a Santa Missa presidida pelo Padre Milton, na capela do Seminário Salvatoriano (Conchas/SP), o Conselho Estadual da Renovação Carismática Católica de São Paulo (RCC-SP) dirigiu-se à sala principal para tratar dos assuntos em pauta. Iniciando com uma oração entre os membros, o Senhor deu a visualização de uma grande assembleia e que cada pessoa presente tinha um aparelho no ouvido, no qual escutava a tradução do que o Senhor estava lhe falando em especial. O discernimento para esta visualização era que Ele tinha reunido todo o Conselho Estadual no final de semana para instruí-lo. Terminada a oração, Lucas Oliveira, coordenador arquidiocesano da RCC de Botucatu, deu as boas vindas aos presentes, manifestando a sua alegria em acolhê-los. Em seguida, os coordenadores diocesanos e os coordenadores estaduais de ministério se apresentaram perante o Conselho Estadual. A presidente do Conselho Estadual da RCC-SP, Lucimar Maziero, iniciou a pauta falando sobre a importância do pilar da Unidade ser trabalhado neste ano. Conforme ela, este pilar continuará sendo trabalhado em todo o estado e, principalmente, na questão do diálogo com as Novas Comunidades e sobre o Ecumenismo. Ressaltou ainda as necessidades, dificuldades e possibilidades para a continuação da vivência deste pilar. Para tratar com mais profundidade o assunto, a presidente convidou Fernando Gomes, articulador da Comissão de diálogo com as Novas Comunidades da RCC-SP, que convidou o Conselho a fazer uma “Reflexão sobre o Pilar da Unidade no âmbito RCC e Novas Comunidades”.  iniciada pela passagem de I Coríntios 12, 13. Partindo da passagem I Coríntios, capítulo 12, versículo 13, Fernando enfatiza o ano jubilar que a RCC do mundo todo celebrou neste ano. “São 50 anos para celebrar tudo que o Espírito Santo inspirou e quantos frutos aconteceram neste tempo! Já dizia São João Paulo II, em 1998, na Itália, para a RCC: ‘Como não dar graças?’”. Ele afirma que a RCC tem a graça de Pentecostes, o Batismo no Espírito Santo, e tem o dever de levar outras pessoas a fazer a mesma experiência e que, isso tudo vem sendo confirmado pelos Papas: “a RCC precisa ser rosto e memória de Pentecostes (Papa Paulo VI)"; “fazer o Espírito Santo ser conhecido e amado (Papa João Paulo II)"; “espalhar a espiritualidade de Pentecostes na Igreja, compartilhar com todos na Igreja a graça do Batismo no Espírito Santo (Papa Francisco)". E continua: “se somos vistos pela Igreja como difusores da graça de Pentecostes, existem pessoas que partilham desse mesmo objetivo: as Novas Comunidades”. Fernando trouxe ainda a dificuldade que existe, atualmente, em conciliar as Novas Comunidades com a Renovação Carismática. Para melhor compreender-se a questão, o articulador apresentou a definição de Renovação Carismática, segundo o Estatuto do Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica (ICCRS) - documento que explica o que é o movimento para o Vaticano - , que diz:

“É uma graça de renovação no Espírito Santo com caráter mundial e muitas expressões na Igreja Católica, porém, não é uniforme nem unificada. É uma corrente de graça que permite que indivíduos e grupos se expressem de diferentes maneiras e em diferentes formas de organização e de atividades (...) Contudo, partilham a mesma experiência e partilham os mesmos objetivos gerais. (...) Ela se organiza em Movimento Eclesial, mas existem também estruturas tais como Comunidades, Redes, Escolas de Evangelização, Estações de Televisão, Associações, Institutos e Seminários Religiosos, etc.”

Foi apresentado também um trecho do Estatuto da Catholic Fraternity, reconhecida pelo Vaticano em 1990 e, que está a serviço das Comunidades que nasceram na Igreja Católica. O Estatuto do ICCRS fora aprovado em 1993, e já contava no documento com a esperança de que existirá um relacionamento frutífero de diálogo e cooperação entre ambos. Dessa forma, Fernando afirma que “o movimento e as Novas Comunidades fazem parte da corrente de graça e, por isso, somos Renovação Carismática Católica!” e continua explicando que, “nenhuma expressão carismática é a totalidade da corrente, mas uma parte dela. A corrente é anterior ao movimento e as novas comunidades; ela é transversal (atravessa a Igreja), universal (para todos), interdenominacional (existe em outras igrejas históricas)! Ninguém é detentor da corrente, não somos donos, mas sim servos da corrente”. Sobre a forma como o movimento está organizado, Fernando enfatiza que “precisa-se de uma organização simples para guardar o carisma, mas também livre, pois o Espírito Santo faz e vai onde Ele quer e a organização do movimento é necessária para preservar o carisma da RCC, escrever e guardar a história, orientar os Grupos de Oração, produzir materiais e reflexões, entre outras ações; já para as Novas Comunidades é necessária para os trabalhos próprios dela que são fora do Grupo de Oração, como obras de evangelização, promoção social e recreativa, discernimento de estado de vida, novas formas de vivência fraterna, vivência radical do Evangelho, missões Ad Gentes, entre outras”. Com isso, ele aponta passos para promover a comunhão entre a Renovação Carismática Católica e as Novas Comunidades: 1 – Entender e admitir a natureza da RCC, uma vez que ela não cabe dentro dos sistemas humanos; 2 – Respeitar cada expressão carismática em sua particularidade e missão própria; 3 – Superar as histórias de divisão que causaram tristezas; 4 – Ambos assumirem as suas responsabilidades na tarefa de promover a comunhão. Para Fernando é necessário que a liderança do movimento e das Comunidades assumam posturas de comunhão dentro das suas realidades. Por isso, cabe aos líderes das Comunidades: respeitar a natureza do Movimento e sua organização (processo formativo, agenda, etc); manter viva a espiritualidade carismática; partilhar suas riquezas carismáticas; aproveitar o que o movimento produz (materiais formativos, entre outros, por exemplo); e somar/agregar ao movimento. Já às lideranças da RCC cabe entender a natureza de uma Nova Comunidade (governo próprio, serviço específico, formação própria, etc); saber que não somos os detentores da Corrente de Graça, mas uma forte expressão dela; assumir o papel de acolher e articular as diversas expressões carismáticas que surgem (contribuir no suporte); não pretender “controlar” as comunidades; zelar especialmente pelos Grupos de Oração e, representar a Renovação Carismática Católica institucionalmente. Ao fim da colocação, o articulador ressalta que ambos devem se aproximar e dialogar e, principalmente, devem rezar juntos, participarem de atividades importantes promovidas por ambos, trocarem informações sobre agenda e promoverem momentos fraternos. Ele destaca ainda que, quando surge uma Nova Comunidade com um carisma diferente, que compete ao Bispo o discernimento e, ao movimento cabe esperar, acompanhar e ver os frutos. Por fim, Fernando deu exemplos de fundadores e membros de Novas Comunidades que também são membros da Renovação, como: Michelle Moran (ex-presidente do ICCRS e fundadora da Comunidade Católica Sião, na Inglaterra); Orestes Pesare (diretor executivo do ICCRS e presidente da Comunidade Magnificat, na Itália); Rogério Santos (ex-presidente do Conselho Estadual RCC-SP e fundador da Comunidade Kénosis); Juninho Cassimiro (ex-coordenador nacional do Ministério de Música e Artes e membro da Comunidade Kénosis); Lucimar Maziero (presidente do Conselho Estadual RCC-SP e fundadora da Comunidade Católica Presença); Huanderson Leite (articulador da Comissão para o Diálogo Ecumênico da RCC-SP e fundador da Comunidade Ruah Adonai); Reinaldo e Reinalda Beserra (membros da RCC e fundadores da Comunidade Dois Corações). Ele concluiu a colocação enfatizando a necessidade de construir a comunhão entre as Novas Comunidades e a RCC para que, juntos, se somem, se agreguem e atinjam seu único objetivo: espalhar a Graça de Pentecostes a todas as pessoas.
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