Na última pregação deste sábado (20/10), Padre Antonio José (Arquidiocese do Rio de Janeiro) afirmou que os “Intercessores segundo o Coração de Jesus precisam ter algumas características que Espírito Santo imprime em nós”. Mais de 700 intercessores participam do Congresso Estadual do Ministério de Intercessão que acontece neste fim de semana na Casa de Retiros Sagrada Família, em Sorocaba (SP).
O sacerdote retoma parte do que foi dito na pregação anterior, reforçando que “todo cristão deve almejar dizer
“não mais eu, mas Cristo que vive em mim”, e a respeito de seu ministério pode dizer “não mais eu [que faço as coisas] mas o Espírito Santo (ES)”. Nosso serviço de amor deve ser fruto daquilo que o ES está fazendo e gestando e gravando na alma da gente. E a medida que trabalha em nós nos dá características de Jesus”.
Os intercessores, continua ele, precisam ter “fome e sede de estar na presença de Cristo; um coração angustiado pelas almas que estão longe da graça e, confiança em Deus”.
Fome e sede de Deus
“Fome de cumprir o Seu querer e sede da Tua presença, da Tua vontade”, determina Pe. Antonio José. Para explicar esta característica ele recorda o carisma das Irmãs Missionárias da Caridade, congregação fundada pela Santa Madre Teresa de Calcutá, quando ela nas ruas da Índia viu pessoas de rua clamando por água, situação que a remeteu a Jesus Crucificado quando ele diz que tem sede.
Ele conta que “Jesus foi sedento e faminto de todos nós. Ele tem sede daqueles por quem Ele deu a vida. Um cristão tem que ser sedento todo o tempo, toda a vida, até o fim, de fazer a vontade de Deus, daqueles que Deus ama. Percebe-se a fome e a sede de uma pessoa pelo jeito que ela reza, porque ela busca O alimento. Cristãos famintos se apresentam desse jeito. Como está a reunião de intercessão do seu GO? Tem pessoas sedentas lá?”.
Angústia
Ele fala da angústia que Jesus sentia na Cruz e, não das nossas angústias diárias pelas incompreensões que sofremos no cotidiano do ministério. “A incompreensão, ser preterido, faz parte de nossa vida de intercessão, porque enquanto estamos dando a vida, estamos ofertando a vida pelos irmãos. Passe a sofrer pelo que vale a pena!
A angústia de Jesus era ver perdido quem precisa ser salvo! Pois, “há mais alegria no céu por um pecador que se converte”, diz Jesus. Ele não poupou nenhum esforço para que ninguém mais se perdesse, e foi o que fez com Ele descesse à Terra”, esclarece.
O sacerdote reforça que,
“o que fazemos movidos por essa angústia, porque Jesus não é amado, dá fruto para eternidade!”. Ele destaca que “hoje há muita euforia, entretenimento, empolgação e, pouca angústia para que eu dê a vida pela salvação das almas. Quando acaba a empolgação, acaba a capacidade de sacrifício! Uma pessoa que ora movida pela angústia pelos que estão longe de Deus, pode conduzi-los à salvação”.
Sobre a reunião de intercessão do Grupo de Oração, ele faz algumas observações. “Evangelho não é entretenimento; a Igreja de Jesus não é passeio.
É um barco salva-vidas e quem está dentro, está preocupado com quem está fora. [Precisamos ter] Angústia e, não entretenimento! Senão é só barulho o que faremos na Igreja!”.
“
Quando Jesus divide conosco essa angústia do coração d’Ele, ela nos move a rezar, nos dá a dimensão da importância de Seu coração e, Ele conta com amigos [eu e você]. Quando cumprimos o nosso ministério segundo o coração de Deus, ele não me faz mal.
A angústia que nos faz mal é a que nos prende a nós mesmos; isso é a autopiedade! E a auto-piedade é um veneno mortal!”, ele alerta.
Confiança em Deus
Ao falar da confiança em Deus, Pe. Antonio José fala do amor filial que devemos ter pelo Pai. “É a melhor coisa no mundo é ser filho. [Eu e] você nunca ficaremos órfãos, porque o Pai não vai embora nunca, nunca vai falhar e eu preciso aprender a confiar no Pai. Mesmo que eu não O entenda, preciso confiar em Seu amor. [Preciso ter]
Confiança a nosso respeito e a respeito dos outros. Quando você ora com coração angustiado, sabe que há um Pai no céu ouvindo as sua oração. Seu coração unido ao Dele é que vai responder a sua intercessão”.
O padre revela que a “confiança é o segredo de tudo. Jesus venceu a cruz pela confiança. Ele venceu na cruz quando disse que entregava seu Espírito, a sua vida. Todos os outros [que morreram crucificados] morreram praguejando. Cristo entregou sua vida para o Pai quando morreu na cruz. Foi um caminho de confiança até o fim.
A Confiança vence toda cruz!
Clamor insistente
Antes de concluir, o pregador trata ainda sobre a necessidade do apelo ao Coração de Deus e de ter um coração arrependido. Ele pede aos participantes para folhearem o livro dos Atos dos Apóstolos e os recorda que a descida do Espírito Santo se dá no capítulo 2, ou seja, é depois de Pentecostes que todas as coisas acontecem e a Igreja nasce. Por isso, ele recorda, que é preciso que tudo em nossa vida inicie com o batismo no ES.
“Porque a promessa, o ES, é para todos que ouvem o apelo de Deus. Apelo significa clamor insistente. Um intercessor que ouve os apelos de Deus, transforma o que ouviu em oração. Porque ouve aos apelos do coração do Pai e é capaz de se unir ao coração d’Ele e, transformar isto em oração de intercessão. A única coisa que vale a pena ouvir neste mundo são os apelos de Deus! É para quem ouve esse apelos é que é derramado o ES. Virá sobre ti o ES, mas Ele virá sobre os que esperam por Ele”,
Ele pergunta aos intercessores: “Ultimamente o que Deus tem clamado em teu coração? Que possamos ter uma vida sedenta e angustiada. Não de gente surda para Deus mas, de gente que ouve o clamor do Pai. Os apelos que Ele tem em seu peito parecem as pedras que o sumo sacerdote carregava no peito, são as cruzes da intercessão. O ES transforma sua ação em resposta, em ação no sobrenatural. Que honra poder ceifar junto com Jesus Cristo o sofrimento d’Ele, com o nosso pequeno sofrimento. Vamos lutar para sermos generosos para corresponder com amor. Senhor, tu sabes tudo, me ensina a te amar mais! Renova a tua aliança com Ele, transforma em oração de novo o que o Pai segreda em teu coração; Funda o teu coração com o d’Ele”, conclui.
Logo após a pregação, os presentes participaram de um momento de cura interior diante de Jesus Eucarístico.
Foto: MCS/RCC-SP
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