A primeira pregação do Congresso Estadual, na manhã de sábado (16/09), foi realizada pelo pioneiro da RCC no Brasil, Reinaldo Beserra dos Reis. Com grande alegria e entusiasmo, convidou os participantes a cantarem: “Hoje vai ser um dia de festa, um dia de gozo, um dia da Igreja!”, recordando a todos dos muitos motivos que existem a serem celebrados nesse Jubileu de Ouro da RCC.
A partir do tema que lhe foi proposto: “RCC, um acontecimento original e transformador”, Reinaldo explicou que a RCC é um acontecimento original, porque o Espírito Santo não se repete, é sempre novo e que temos características muito particulares, que nos distinguem dos demais movimentos; e que é um acontecimento transformador, porque, através da RCC, a prática dos carismas foi resgatada na Igreja, retomando sua dimensão carismática. A Bíblia foi popularizada, passando a estar nas mãos dos fieis cotidianamente. A RCC também ajudou com que as pessoas passassem a ter uma consciência mais adequada da possibilidade de uma contínua efusão do Espírito Santo; a prática da oração de louvor foi difundida, a partir dos Grupos de Oração; entre outras tantas graças.
No palco, estava a relíquia da Beata Elena Guerra, que o pregador fez questão de destacar sua presença: “a pioneiríssima da RCC está aqui!”. E continuou: “Desde Elena Guerra, Papa João XXIII, até o Retiro de Duquesne, Deus tomou a iniciativa de fazer eclodir a RCC em todo o mundo”.
Ao recordar os frutos que a RCC tem dado à Igreja, Reinaldo enfatizou que “por tudo isso, hoje, precisamos louvar a Deus! É por isso que estamos aqui para celebrar”. E recordou que, neste tempo jubilar, é preciso “valorizar aquilo que nos identifica e nos caracteriza e nos comprometer com aquilo que o Espírito Santo tem para a RCC ainda”.
“Tive a graça de estar na RCC desde o começo no Brasil e, olhando para toda essa história, eu não tenho dúvida: Deus estava no comando de tudo o que foi acontecendo. Coisas que aconteciam e eu não entendia! Ele sempre esteve à frente de tudo e, por isso, é preciso celebrar, agradecer!”, dizia Reinaldo.
O pregador apontou três motivos que temos para celebrar o nosso Jubileu de Ouro:
1. O próprio fato de estarmos aqui, vivos, celebrando os 50 anos da RCC;
2. O fato de termos sido eleitos, escolhidos para ser RCC;
3. E por chegar aos 50 anos com uma definida inserção eclesial.
Referindo-se a esses motivos, Reinaldo disse que “no início da RCC, a Igreja relutou bastante para acolhê-la, por conta de experiências negativas, cismáticas, que haviam acontecido no passado”, mas explicou que, “pela graça de Deus, fomos [a RCC] percebendo, desde o princípio, com a ajuda de algumas pessoas (Cardeal Suenens, por exemplo), que não viemos para fundar outra Igreja, senão para renovar a nossa Igreja, em comunhão com o Papa, amando nossos párocos e vigários, amando Maria, adorando a Eucaristia. Essa identidade católica precisa sempre ser preservada, e isso não exclui nossa necessidade de comunhão com outras igrejas cristãs”.
Reinaldo afirmou que “por causa dessas resistências, alguns cientistas sociais e outros estudiosos preconizavam que a RCC duraria cerca de 30 anos e depois se arrefeceria até acabar, mas, depois veio um santo [São João Paulo II] e disse: ‘Vida longa aos carismáticos’; e Deus ouviu o Santo Padre!”. E enfatizou: “Apesar de toda pressão, nós não cedemos, não abrimos mão da nossa identidade carismática para agradar alguns. Uns diziam que a RCC ia acabar, outros resistiam e Deus nos deu vida longa! Aleluia!”.
Explicou, também, que os carismáticos são vocacionados para ser rosto, memória e sinal de Pentecostes na Igreja e continuou dizendo que é preciso valorizar aquilo que somos, enquanto RCC, citando alguns trechos de discursos do Papa São João Paulo II e, mais recentemente, do Papa Francisco, quando, em Junho de 2014, em um discurso a RCC, disse: “Perguntaram para o Papa o que ele espera da RCC. Eu espero que vocês compartilhem com todos na Igreja a graça do Batismo no Espírito Santo!”.
“Tornar o Espírito Santo conhecido e amado, redescobrir Pentecostes e ter o Batismo no Espírito Santo como caminho de santidade: esta é a vontade de Deus para a RCC!”, resume Reinaldo.
Disse também que, a grande alegria de hoje haver uma definida inserção da RCC na Igreja. “Ainda que haja resistência aqui ou acolá, mas o Magistério da Igreja nos acolhe. Quanta resistência lá atrás, mas aquilo que é de Deus ninguém pode parar!”.
Reinaldo ressaltou que tudo o que Deus fez na RCC foi por causa de sua Igreja; que Ele não nos fez para sermos um grupo isolado, mas um movimento verdadeiro e importante componente na renovação total da Igreja. “O Batismo no Espírito Santo é um instrumento para embelezar sua Igreja, por isso o Papa pede que se compartilhe com todos; não é para alguns! Fomos vocacionados a sermos apóstolos da efusão do Espírito Santo na Igreja!”, finalizou.
Reinaldo apontou, ainda, alguns pontos que podem ajudar a RCC nesse compromisso com essa graça: “reconhecer a originalidade de nosso chamado e preservar tudo o que foi fecundo em nossa história (Grupos de Oração, Seminários de Vida, Batismo no Espírito Santo, dedicação à formação).
“Você não é qualquer um na Igreja, você é fruto de uma estratégia de Deus para a Igreja hoje!”, enfatizou com bastante alegria e gratidão a Deus.
Finalizando sua colocação, Reinaldo explicou que o Batismo no Espírito Santo não é o ponto de chegada, mas o ponto de partida. Disse que, pelo Batismo no Espírito, nós nos colocamos num caminho de crescimento: a vida no Espírito. “Deus se alegra que tenhamos feito a experiência do Batismo no Espírito Santo, mas se alegra muito mais que estejamos vivendo a vida no Espírito! O objetivo final é que sejamos santos!”.