“Cultura de Pentecostes: vida no Espírito e compromisso social”. Este foi o tema pregado pelo ex-presidente do Conselho Estadual da RCC de São Paulo, Rogério Santos, para os 700 servos que participam do Encontro Estadual Servos Amados, em Sorocaba (SP), na Casa de Retiros Sagrada Família. Rogério iniciou sua explanação falando sobre a sequência de temas deste encontro. “Estamos retomando o homem como centro, pois ele é a principal obra de Deus”, observou.
Ele ressaltou também que “antes focávamos somente no serviço e esquecíamos de nossa humanidade e, criávamos personagens como, o 'coordenador', o 'pregador', como que máscaras que usávamos”. Segundo Rogério, as abordagens sobre ser família; a vocação com Deus ou em suas diversas vocações; e a relação sexual, obra da encarnação de Deus e agora, é a vez de falar da dimensão social, ou seja, o homem e suas relações em comunidade.
“O Papa João Paulo II, em 2004, falou sobre a necessidade do mundo conhecer a Cultura de Pentecostes e desde, então, a RCC se lançou nessa tarefa”, explicou. Para ele, a Cultura de Pentecostes se destaca em duas dimensões: a espiritual com o Batismo no Espírito Santo e a Vida no Espírito que se encarna em todos os ambientes que nos relacionamentos, e para onde devemos levar essa cultura. Com uma reflexão da passagem da primeira carta de São João (IJo 5,19-20), o pregador enfatizou três afirmações: “somos de Deus”; “o mundo jaz sob o maligno” e “o Filho de Deus nos deu entendimento”.
Concentrando-se na segunda afirmação, Rogério afirmou que precisamos ser luz neste tempo que estamos, que está nas trevas do pecado. “A Cultura de Pentecostes acontece quando assumimos a nossa vocação e vivemos a santidade”, enfatizou ele, lembrando que é muito fácil vivermos no conforto de nossos grupos de oração enquanto pessoas sofrem no mundo. “Precisamos testemunhar esse batismo no Espírito Santo em todos os lugares, precisamos agir na sociedade também”, exclamou.
“Há uma vida eterna prometida para vivermos, mas há também uma vida transitória que não podemos abandonar. O que apressa a volta de Cristo não é a maldade do mundo, mas sim a nossa santidade”, afirmou. Citando São João Crisóstomo reforçou sua afirmação dizendo que, “não é suficiente deixar de fazer o mal, é preciso fazer o bem”, pois a ausência do mal não é uma consolidação do bem, “o bem precisa se concretizar em atitudes”. Ele recordou a frase de um filme que diz: “O mal devorará a si mesmo. E enquanto o bem não reinar, o mal continuará voltando com outros nomes”.
A solução para que o bem aconteça, de acordo com Rogério, é tomar o nosso lugar na sociedade. Com o auxílio do Espírito Santo, os apóstolos conseguiram reordenar o tempo em que viviam – lembrou ele – e deram testemunho também em seus comportamentos daquilo que o Espírito faz quando nos abrimos à Ele verdadeiramente. Conforme Rogério, “a Cultura de Pentecostes não se realiza se eu não oferecer a minha e você, a sua. Como diz Santo Agostinho, “nem pouco, nem muito, tudo”. A fé não é um consolo, ele dá sentido à vida e à morte e só quem tem fé abre mão de seus planos e sonhos para implantar os sonhos de Deus, a civilização do amor. É para este fim que recebemos tantos dons, nossas capacidades e competências”.
Mas, como dizia também o Papa São João Paulo II “não devemos perder a esperança” – e concluiu – “este encontro, meu irmão, é para que você não perca mais tempo e comece a agir. Deus promoveu o seu reencontro com seu ‘eu’, não para ficarmos fechados em si, mas para sermos verdadeiramente curados e forjados como soldados para evangelizar. E onde estivermos, em nossas cidades, saberão que não estão abandonadas. E onde houver um carismático, disposto a dar o seu sangue, aquela sociedade será liberta [do mal]”.
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