“Silêncio não é porque não temos o que falar. Não é porque faltou algo para dizer. O Silêncio é o espaço que eu dou para Deus falar, para Ele se manifestar”, exclamou o Pe. André Passos em sua homilia na Missa celebrada na manhã deste sábado (21/05), durante o Encontro Estadual Servos Amados, em Sorocaba (SP), na Casa de Retiros Sagrada Família. O sacerdote ressaltou a necessidade de termos intimidade com o Senhor e que, inclusive, “a Igreja cultua o silêncio” como momento para entender aquilo que Ele tem a dizer para nós.
Identidade
No início da reflexão, Pe. André reforçou o sentido de nosso chamado pessoal. “O nosso chamado é para ser ‘grupo de oração’. Falar em Renovação Carismática é dizer que somos Grupo de Oração” e continuou afirmando que temos que descobrir um chamado em nosso coração e, para descobri-la temos que ter intimidade com Deus. “Mas a gente não pára para escutar à Deus!”, exclamou.
Intimidade com Deus
Refletindo sobre o chamado de Deus, o sacerdote recordou a passagem do livro do Êxodo (cap. 3, versículos 1-6) quando Moisés vê a sarça ardente. Ele destaca que Moisés estava seguindo com o rebanho de seu sogro <<para além do deserto (Ex 3,1b)>>. Moisés vai além do deserto e lá ele foi chamado por Deus, de dentro da sarça ardente, mas antes era necessário deixar tudo para trás, explica o padre. Ele afirma que “ir além exige caminhar com responsabilidade, porque também levamos um rebanho, o povo do grupo de oração, que não é meu, mas é de Deus! E antes de dizer qualquer coisa, Moisés contemplou a Deus. Por isso, cuidado com se diz no G.O., com as orações, com as revelações, entre outras coisas”.
Dessa forma, Pe. André foi conclamando os servos a retornar a escutar o Senhor, contemplando a Deus em nossa vida. E mais, fez nos perguntar a si mesmo se éramos capazes de responder prontamente a Ele, como fez Moisés, dizendo “Eis-me aqui, Senhor!”. O Padre ainda enfatizou o constrangimento que nos causa essa resposta imediata, comparando-a também a resposta de Mateus (Mt 9,9). “Precisamos voltar a fazer escolhas difíceis”, disse o padre, “uma resposta imediata é comprometedora e vêm com responsabilidade”.
“Para o mundo somos somente um número, vivemos a massificação, e com isso, vamos perdendo a nossa dignidade, nossos valores e nosso respeito”, observou. Ele explicou que a depreciação da pessoa humana destrói a nossa estabilidade, identidade carismática e nossa autenticidade. “Precisamos viver como consagrados, como propriedade de Deus, para a honra e glória d’Ele. E para viver uma vida consagrada carismática eclesial temos que vivê-la com alegria, uma alegria que só vêm de Deus”, afirmou. “Você está feliz em seu grupo de oração, em seu ministério, em seu chamado, matrimônio ou sacerdócio? É descobrindo a minha vocação que vou ter a alegria plena”, concluiu.
Santidade
Pe. André falou aos servos que santidade não é algo acessível somente aos santos dos altares, é também acessível à nós. Ele nos convidou a “morrermos pregados em nossas casas, lavando, cozinhando, surpreendendo o outro, fazendo aquilo à que Deus nos chamou. Isso é também uma forma de martírio, é um caminho para a santidade nas pequenas coisas de nosso cotidiano. E no meu Grupo de Oração, é promovendo o encontro com o outro, servindo, perdoando, amando, sendo filhos de Deus”.
Para concluir a homilia, o sacerdote pediu aos servos para ficar em duplas para orar um pelo outro. No fim, fez-se um momento de silêncio total para escuta do Senhor.
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